Prezados companheiros do grupo GEROI-Brasil:

Os Serviços à Comunidade é uma das preferências nacionais nos Rotarys.

Vou relatar uma experiência que ocorreu comigo.

Em novembro de 1994, o próximo Presidente do meu clube (Rotary Club de São Paulo - Tatuapé) convidou-me a fazer parte de seu Conselho Diretor, na qualidade de Presidente da Comissão de Serviços à Comunidade. Empossado que fui em junho de 1993, eu tinha na época apenas um ano e pouco de cultura rotária. Seria prematuro, da minha parte, aceitar tal responsabilidade. Entretanto, como venho trabalhando na comunidade desde os 13 anos de idade e acreditava conhecer bem este território e também como nunca me neguei a uma trabalho comunitário, imediatamente aceitei, o que supreendeu o Presidente que ficou muito contente. Isso foi numa terça-feira à noite.

No dia seguinte, bem cedo, dirigi-me ao padre da Igreja Nossa Senhora da Conceição (a igreja central do Tatuapé). Diz o Manual do Procedimento que "ao desejar realizar um projeto de Serviços à Comunidade, primeiro: Vá à Comunidade". Depois da conversa com o Padre, fui conversar com a Diretora do Colégio Ascendino Reis, depois com o Presidente do Conselho Comunitário, e assim sucessivamente conversei com dezenas de autoridades e representantes de entidades comunitárias. Em todas as conversas solicitei quais seriam as prioridades para a Sociedade Tatuapeense sobre um eventual Projeto que o Rotary Tatuapé pudesse desenvolver durante a gestão 1995-96.

Vocês podem imaginar a enxurrada de sugestões que recebi. Violência Urbana, Tráfico de Enforpecentes, Gravidez Precoce, Desamor, Assaltos, Favelas, Crianças Abandonadas, Injustiças, Desagregação Familiar, Sequestros, etc. Antes não sabia o que fazer, agora não sabia por onde começar.

Mas sou engenheiro e habituado a enfrentar questões de grande complexidade. Transcrevi cada um dos temas propostos em folhas de papel sulfite. Resultaram mais de 120 folhas, cada um com um tema. Afixei todas as folhas numa parede do meu escritório e toda vez que olhava para a parede, estremecia e lembrava que de alguma forma teria que resolver aquele grande problema. (que de certa forma eu mesmo tinha criado - deveria ter ficado quieto em meu canto).

Passado alguns dias, percebi que existem problemas que são decorrentes de outros e que ao solucionar um deles o outro estará quase que automaticamente resolvido. Uma simples questão de CAUSA e EFEITO. Então, removi ambas as folhas (a da causa e a do efeito) e colocando a questão decorrente por detrás afixei-as de novo na parede.

Com raciocínio análogo fui paulatinamente diminuindo a quantidade de folhas visíveis.

O exercício dos debates em Rotary tem também essa função: a de fazer-nos enxergar a relação de causa e efeito para que possamos concentrar os nossos parcos recursos na questão "causa" mesmo por que ao atacar somente o efeito sem solucionar a causa a solução do efeito é efêmera e o efeito volta e muitas vezes com maior intensidade.

Com essa técnica de colocar antes a causa, consequi chegar a apenas DUAS folhas: JUSTIÇA e AMOR.

Conclui que a Sociedade Brasileira sofre por causa da falta dessas duas questões básicas e fundamentais. Falta JUSTIÇA: justiça no lar, pais descontam nos filhos seus fracassos, amigos descontam nos amigos as infelicidades do seu lar e assim por diante. Falta AMOR: Pais tratam os filhos como se fossem a desgraça de seus próprios fracassos. As pessoas não tem mais amor próprio, não recebem incentivos, não são estimulados para nada.

Encontrei o Fio da Meada para os Serviços à Comunidade. Precisava de uma fonte de inspiração.

Encontrei-a nas seguintes estrofes:

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever.
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, Sagrada Bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!

Descobri que a inspiração para a solução dos problemas brasileiros está na própria bandeira brasileira, aliás Pavilhão Nacional, o símbolo maior da Nação Brasileira.

Comprendi que nós, os rotarianos e outros líderes de negócios e profissionais, temos o dever cívico de deixar para os nossos filhos (mesmo que eles não sejam rotarianos, mesmo que eles não venham a ser rotarianos) um Brasil poderoso e feliz, amado e idolatrado pelos próprios Brasileiros, admirado e respeitado por todas as nações do mundo. É por isso que em todas solenidades (momentos solenes), e aí incluimos a "simples" reunião ordinária, fazemos questão de, na abertura e também no encerramento, Saudarmos o Pavilhão Nacional, uma aclamação comprometedora ao Povo Brasileiro (e não um simples aplauso a um pedaço de pano).

Feliz é o rotariano que ao Saudar o Pavilhão Nacional consegue visualizar nossos irmãos de todas as paragens brasileiras, desde o Oiapoque até o Chuí e desde Natal até Guajará Mirim. Mais feliz ainda são os 577 Geroianos que têm a oportunidade de usufruir dessa visão olística todos os dias.

Prossiga vendo o UFANISMO-8.

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Página atualizada em 09/05/2009

RMW\GEROI\ufanismo7.htm em 21/07/2006, atualizado em 09/05/2009 .