RAMPAS?

GOSTARIA DE EVITAR MAS RAMPAS PODEM SER NECESSÁRIAS QUAL É A INCLINAÇÃO MÁXIMA OU A MÍNIMA PARA QUE AS PESSOAS E OS VEÍCULOS POSSAM ANDAR EM SEGURANÇA NA RAMPA?

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ATENÇÃO! Este site se encontra em revisão pois entrou em vigor em 3 de agosto de 2020, em plena pandemia, uma nova versão da norma NBR-9050 com algumas alterações, inclusive nos corrimões - as alturas de 75 e 92 que eram relativas ao meio do degrau agora é na ponta. Caso você estivesse já fabricado e estava pronto para instalar mas teve que parar a obra por causa da pandemia, agora vai ter que fazer as adaptações. Veja outra das alterações:

COMO ERA NA VERSÃO 2015 COMO FICOU NA VERSÃO 2020

Rampas, escadas, ladeiras são componentes indesejáveis e podem causar muitos acidentes. Não conseguimos eliminar as rampas mas podemos evitar os acidentes com medidas de segurança e dotando as rampas com os dispositivos certos e fazendo uma instalação correta. Com frequência presenciamos cenas de pessoas entrando em situações de risco como escorregar numa calçada com uma forte inclinação:

O engenheiro Roberto Massaru Watanabe, formado pela Poli/USP turma de 1972, traz para você a sua expertise adquirida em centenas de perícias que realizou. Siga passo-a-passo o presente roteiro e caso você tenha, ainda, alguma dúvida não hesite em enviar um email para roberto@ebanataw.com.br


1- TIPOS DE MATERIAIS - COEFICIENTE DE ATRITO

O item mais importante numa rampa é o material do seu revestimento. Podemos revestir com cerâmica, granito e até deixar num cimentado rústico. Qual o melhor material?

Cada material possui seu próprio Coeficiente de Atrito e quanto mais rugoso mais aderante e, ao contrário, quando mais liso mais chance de escorregar.

Enquanto da Força de Atrito for maior que a componente do Peso da pessoa, a pessoa estará segura, não vai escorregar.

O Peso da Pessoa é dada pela multiplicação da Massa, por exemplo 70 kg, pela Aceleração da Gravidade Terrestre que varia de local para local mas podemos considerar o valor 9,81 m/seg2 como um valor médio no caso brasileiro. Há locais no mundo em que a aceleração da gravidade é bem alta, coisa de 9,89 m/seg2. Na lua a aceleração da gravidade é bem baixa, coisa de 1,6 m/seg2. Veja a fórmula que dá o Peso em função da Massa e da Gravidade:

P = mg

A força de atrito é dado pela fórmula:

Fa = P = mg

O símbolo    é uma letra grega que pronunciamos MI (fazendo biquinho com os lábios) e representa o Coeficiente de Atrito do local e depende das duas superfícies que estão em contato. No caso, o cimentado da calçada e a borracha do sapato.

No estudo em que consideramos veículos trafegando, interessa-nos o contato da borracha do pneu do veículo com a superfície de rolamento que pode ser de asfalto, concreto ou cerâmica. Veja os valores médios do Coeficiente de Atrito para estes casos:

 

Por exemplo, um veículo que pesa 300 kgf em cada roda, terá uma força de atrito de F = 0,5X300 = 150 kgf se estiver sobre asfalto, de F = 0,4X300 = 120 kgf sobre concreto e de apenas F = 0,3X300 = 90 kgf sobre cerâmica. Veja que o atrito sobre cerâmica (90 kgf) é bem menor que no asfalto (150 kgf). Isto significa que a roda "agarra" mais no asfalto que na cerâmica.

Além dos tipos de materiais envolvidos no atrito, o atrito depende também o ângulo de inclinação do piso onde o veículo está apoiado. Veja, com atenção, os dois desenhos a seguir:

O peso do carro é representado pela força FPESO e é igual nas duas situações. Esta força pode ser decomposta na força T que age no plano do piso e na força N que age perpendicularmente ao plano do piso. A força T é a mesma que a força FPARADA que é a força necessária para segurar o veículo e mantê-lo parado na subida. Na situação 1 a força FPARADA1 é menor que a força FPARADA2 da situação 2. Isso é intuitivo pois a inclinação na situação 2 é maior e, portanto, será necessário uma força bem maior para segurar o veículo.

A força de atrito é proporcional ao componente N. Como vimos, a força de atrito pode ser 0,5N ou 0,4N ou 0,3N dependendo do tipo de revestimento do piso, isto é, se asfalto, concreto ou cerâmica. Como o componente N diminui da situação 1 para a situração 2, então a força FATRITO2 é bem menor que a força FATRITO1. Na situação em que o ângulo θ for máximo, isto é,  θ=900, a força N se torna nula de modo que o atrito também será nulo.

Mas, se a força de atrito for menor que o peso da pessoa, então, não tem jeito, ela vai escorregar e levar um tombão:

A tabela a seguir dá uma boa idéia de como se desenvolvem as diversas forças em função da inclinação do piso:

INCLINAÇÃO DO PISO PESO DO
VEÍCULO (kgf)
COMPONENTE T
(kgf)
FORÇA DE ATRITO (kgf)
% θ (GRAUS) µ=0,5 µ=0,4

µ=0,3

100% 450 1.000 707,1 353,6 282,8 212,1
90% 41,990 1.000 669,0 371,6 297,3 223,0
80% 38,660 1.000 624,7 390,4 312,3 234,3
70% 34,990 1.000 573,5 409,6 327,7 245,8
60% 30,960 1.000 514,5 428,7 343,0 257,2
50% 26,570 1.000 447,2 447,2 357,8 268,3
45% 24,230 1.000 410,4 456,0 364,8 273,6
40% 21,800 1.000 371,4 464,2 371,4 278,5
35% 19,290 1.000 330,4 471,9 377,5 283,2
30% 16,700 1.000 287,3 478,9 383,1 287,3
25% 14,040 1.000 242,5 485,1 388,1 291,0
20% 11,310 1.000 196,1 490,3 392,2 294,2
15% 8,530 1.000 148,3 494,5 395,6 296,7
10% 5,710 1.000 99,5 497,5 398,0 298,5
0% 00 1.000 0,0 500,0 400,0 300,0

Na medida em que aumenta a inclinação do piso, aumenta também a componente tangencial T e, ao contrário, diminui a força de atrito. Os valores em vermelho são as Forças de Atrito Fa que são menores que a componente tangencial T e, portanto, o veículo não fica parado e vai escorregando.

No começo, isto é, com a inclinação bem baixa, a força de atrito é maior que a força tangencial de modo que o veículo não escorrega, isto é, a força de atrito é suficientemente forte para segurar o veículo. Na medida em que a inclinação aumenta, a componente tangencial T vai aumentado e, ao mesmo tempo, a força de atrito vai diminuindo. Existe um ponto em que as forças são iguais e, depois disso, a força de atrito passa a ser menor que a componente tangencial e então o veículo começa a escorregar para baixo.

Observe que no piso mais escorregadio (no caso a cerâmica) o ponto de equilíbrio acontece com a inclinação em 30% ao passo que piso de asfalto consegue segurar o veículo até uma inclinação de 50%.

Ao projetar o revestimento de uma rampa de saída de uma garagem no subsolo, o projetista deve considerar estes fatos e projetar uma rampa mais suave, isto é, com no máximo 30% se pretender revestir o piso da rampa com material cerâmico mas pode projetar uma rampa mais íngreme, 50%, se pretender usar asfalto. ISSO SE O VEÍCULO AGUENTAR SUBIR UMA RAMPA TÃO INCLINADA. Mais à frente veremos como se compatibiliza inclinação máxima da rampa com a potência do motor. Desenhei em escala para você ter ideia da inclinação de uma rampa com 30% e outra com 50% de inclinação:

 

Inclinações maiores que estas, com estes tipos de revestimento do piso, não conseguem "segurar" o veículo então, na descida, ele vai deslizar até o fim da rampa.

ATENÇÃO: Estas considerações estão sendo feitas em condições idealizadas para efeito pedagógico. Como veremos mais adiante, existe ainda o efeito do Coeficiente de Atrito Dinâmico e também a Potência do Motor que devem ser consideradas quando se projeta uma rampa de saída de garagem do subsolo.

Quem teve o cuidado de estudar a influência de cada um desses fatores foi a ASTM, uma associação dos EUA (American Society for Testing Materials), que criou Classes para a inclinação de rampas com a indicação do COF (Coefficient Of Friction ou, traduzindo, Coeficiente de Atrito)

CLASSE AMBIENTE COF
I Ambiente interno, seco, com baixa circulação de pessoas, pisos horizontais e rampas com até 3% de inclinação. Pode ser menor que 0,40
II Ambiente externo, plano, rampa com até 3% de inclinação como rampas e escadas.
Ambiente interno, molhado, como cozinha, lavandeira, deck de piscinas, garagem de veículos, hall de acesso de circulação de pessoas.
Deve ser maior que 0,40 e pode ser menor que 0,74
III Rampas com inclinação de até 10% como praças, passeio público, metrô e terminais de ônibus. Deve ser maior que 0,75

Lembre-se que neste site estamos falando basicamente de veículos que tendo roda de borracha tem um bom coeficiente de atrito, diferentemente  do que acontece no contato entre pessoas e piso onde há uma variedade muito grande de pisadas, sapatos com solado de borracha, de couro, de plástico como em sandálias, sapato com salto alto e fino e até pés descalços onde o coeficiente de atrito é bem baixo, quase nulo.

Cuidados especiais devem ser tomados ao se escolher o tipo de piso do banheiro onde se anda descalço e com o chão molhado.

Ridículo é errar na escolha do piso na hora da construção e depois, na hora do uso, tentar remediar o erro pendurando avisos como o seguinte:

Já existem pisos de alto padrão com rugosidade suficiente para garantir Coeficiente de Atrito elevado e próprios para áreas molhadas - São os tipos ANTIDERRAPANTES. Na loja, solicite cópia do laudo de realização do ensaio de Determinação do Coeficiente de Atrito feito em conformidade com o Anexo N (normativo) da norma brasileira NBR-13.818 - Ensaio de Placa Cerâmica para Pisos. O escorregamento em piso de banheiro é uma ocorrência de alta incidência pelos fatores que contribuem como piso molhado e pés descalços agravados pela profusão de peças salientes como bacia, bidês, cesto de lixo e que podem, no caso de ocorrência de um escorregamento, causar danos permanentes decorrentes de fraturas na bacia, na coluna vertebral e batidas da nuca.

Um laudo deve apresentar o resultado para os seguintes coeficientes:

CONDIÇÃO DO PISO COEFICIENTE DE ATRITO
ESTÁTICO DINÂMICO
SECO 0,51 0,42
MOLHADO 0,26 0,14


2 - ATRITO DINÂMICO:

O que vimos até agora refere-se ao Coeficiente de Atrito Estático em que o veículo encontra-se parado. Fizemos isso por questões pedagógicas pois o atrito envolve conceitos pouco conhecidos pela maioria das pessoas.

Agora veremos como funciona o Atrito Dinâmico, isto é, quando o veículo encontra-se em movimento.

Duas situações devem ser consideradas em separado: Veículo na Subida e Veículo na Descida.

Devido a essa tendência de empinar ou de tombar, o peso do veículo que estava distribuído sobre 4 rodas quando parado tende a ficar concentrado em apenas 2 rodas, tornando ainda mais crítico o equilíbrio.


3 - RESUMO DOS COEFICIENTES DE ATRITO:

REVESTIMENTO DO PISO COEFICIENTE DE ATRITO
ESTÁTICO CINÉTICO OU
DINÂMICO
Pneu com Asfalto seco 0,50 0,30
Pneu com Asfalto molhado 0,30 0,15
Pneu com Concreto seco 0,40 0,25
Pneu com Concreto molhado 0,30 0,15
Pneu com Cerâmica seca 0,30 0,15
Pneu com Cerâmica molhada 0,20 0,05
Pneu com Paralelepípedo seco 0,60 0,50
Pneu com Paralelepípedo molhado 0,30 0,20

Valores médios, variam em função do estado de conservação do pneu (no caso pneu novo) e do tipo de material e acabamento da superfície (áspera, rugosa, com estrias, com sulcos, etc.). Consultar o fabricante do piso para obter valores reais.

O ensaio para Determinação do Coeficiente de Atrito é feito em Laboratório Habilitado como o do IPT, que usa aparelhos como o de Tortus que puxado sobre o piso mede diretamente o atrito. O ensaio é realizado um certo número de vezes e tira-se a média, a moda e o desvio padrão. O ensaio pode ser realizado, além da condição seca e molhada, com o piso com outros produtos como detergente, sabão, graxa, folhas de papel (piso em dia de eleição forrada com santinhos de candidatos).

Qualquer material que o arquiteto pretenda utilizar como revestimento do piso (madeira, mármore, travertino, ardósia, granito, basalto, cerâmica, porcelanato, ladrilho, cimentado, carpete, placas vinílicas, epoxi, pintura acrílica, etc.) pode ser ensaiado em laboratório e ter seus coeficientes de atrito determinados. Aproveite e peça também a repetição do ensaio depois de submeter a amostra ao Ensaio de Desgaste e Envelhecimento com o que se poderá antecipar o desempenho da rampa no futuro.

 

O ensaio pode ser feito in-loco, isto é, no local onde o piso já se encontra instalado ou em laboratório sobre corpos de prova que são trechos de piso confeccionados e revestidos com as cerâmicas pretendidas. Se as placas cerâmicas não foram ainda instaladas (assentadas) uma amostra do lote poderá ser enviada ao laboratório e se as placas cerâmicas já estão assentadas, uma pequena porção (amostra) pode ser retirada do local para ser enviada ao laboratório. Neste último caso, vai ficar um buraco de modo que só se parte para este tipo de verificação em casos extremos (por exemplo, uma pessoa escorregou e fraturou a bacia).

O ensaio in-loco é muito utilizado pela Justiça para esclarecer casos de fratura de bacias e fêmur de pessoas que escorregaram e caíram em locais públicos como em Shoppings e Hall de repartições públicas. O item 9.2 da Parte 3 da norma NBR-15.575 apresenta os coeficientes mínimos de pisos, tanto em áreas privativas como também em áreas comuns.

Pessoas que escorregaram e fraturaram alguma parte do corpo como braço, perna e bacia podem processar o responsável pela segurança do local para que este indenize os danos sofridos na queda.

Além de pedir o ensaio para determinação do coeficiente de atrito, peça também o Ensaio de Abrasão que vai encontrar a condição do piso 10, 20 anos à frente. Lembre-se que pisos de pedra podem até oferecer uma certa aspereza quando novo mas na medida em que as pessoas passam e andam sobre ele a superfície vai ficando lisa e acidentes com escorregamento que antes não ocorriam podem passar a ocorrer. O projetista deve verificar a condição do piso nestas condições de uso no futuro. Os Laboratórios como o IPT realizam ensaios de abrasão e envelhecimento estimando a diminuição do coeficiente de atrito ao longo dos próximos anos.


4 - CASOS TÍPICOS DE INCLINAÇÃO DE PISOS:

A seguir, apresentamos uma tabela dos casos mais comuns de inclinação de pisos onde procuramos apresentar não só casos de pisos para o tráfego de veículos como também casos de rampas para cadeirantes da norma NBR-9050 de Acessibilidade. A tabela é o resultado das pesquisas realizadas pelo autor do site e também dos casos detetados nas vistorias técnicas realizadas nos 40 anos de trabalho como perito.

TABELA PRÁTICA DE INCLINAÇÃO DE RAMPAS EM DIVERSAS SITUAÇÕES
I N C L I N A Ç Ã O SENO COS-SENO LIMiTES PRÁTICOS USUAIS (TRANSITÁVEL EM SEGURANÇA)
% (POR CENTO) 1 : PARA ALFA (GRAUS)
100 1:1 45,00 0,707 0,707  
57,74   30,00 0,500 0,866  
50 1:2 26,57 0,447 0,894 Veículos especiais como JEEP sobem em 1a marcha.
30 1:3,3 16,70 0,287 0,958 Alguns veículos não conseguem frear na descida.
21,26 1:4,7 12,00 0,208 0,978  
20% 1:5 0,11 0,002 1,000 Alguns veículos não conseguem partir na subida. É possível encontrar em algumas vias urbanas por falha de projeto ou por que o loteamento foi feito de qualquer jeito. Placas, de obrigação do órgão de trânsito, devem indicar proibição para veículos pesados.
18 1:5,6 10,20 0,177 0,984 Limite máximo para rampa reta em Garagens.
17,64 1:5,7 10,00 0,174 0,985  
16 1:6,25 9,09 0,158 0,987 Limite máximo para rampa em curva  em Garagens.
12 1:8,3 6,84 0,119 0,993 Limite para dispensa de Curva de Transição.
10,51 1:9,5 6,00 0,105 0,995  
10 1:10 5,71 0,100 0,995 Máximo em Rampas de Residências.
8,75 1:11,4 5,00 0,087 0,996  
8,33 1:12 4,76 0,083 0,997 Máximo para cadeirante para desníveis até 80 cm
8 1:12,5 4,57 0,080 0,997 É possível em estradas rurais.
7 1:14,3 4,00 0,070 0,998  
6,25 1:16 3,58 0,062 0,998 Máximo para cadeirante para desníveis até 100 cm
6 1:16,7 3,43 0,060 0,998 Máximo de inclinação em Rodovias na Descida
5 1:20 2,86 0,050 0,999 Máximo para cadeirante para desníveis até 1,50 m
4 1:25 2,29 0,040 0,999 Máximo de inclinação em Rodovias na Subida
3,5 1:28,6 2,00 0,035 0,999  
3,0 1:33,3 1,72 0,030 1,000  
2 1:50 1,15 0,020 1,000 Máximo de inclinação em Ferrovias e Metrôs. Em inclinações maiores o trem patina e não sai do lugar.
1,75 1:57,1 1,00 0,017 1,000  
1 1:100 0,57 0,010 1,000  
0 - 0,00 0,000 1,000  
NOTA DO AUTOR: Esta tabela pode ser, pelo caráter pedagógico, livremente copiada, distribuída e impressa.

A inclinação de uma rampa pode ser representada em Porcentagem (você diria 5 porcento) ou em 1:PARA (você diria 1 para 20) ou em Graus (você diria 2,86 graus).

Em garagens de prédios residenciais é comum encontrar rampas íngremes que, além de dificultarem a visão nas manobras, provocam choque da parte baixa do veículo com o canto das rampas. São situações em que nem sempre há culpa do construtor, isso acontece principalmente em prédios antigos, pois os veículos antigos eram mais altos.

As construtoras fazem isso para ganhar espaço, isto é, fazem rampas mais inclinadas e portanto mais curtas para ganharem espaço na garagem.

Olhando para as medidas legais de um veículo tipo VP, determinado pelo CONTRAN, encontramos os seguintes ângulos e alturas:

Ora, se o CONTRAN autoriza o licenciamento de veículos com estas características é natural que os locais por onde este veículo transita precisam ter características na sua geometria e dimensões que permita o transitar suave e seguro e isso inclui as rampas nas garagens de edifícios em condomínio.

LOMBADAS (QUEBRA-MOLAS) EM VIAS PÚBLICAS (INCLUSIVE DENTRO DE CONDOMÍNIOS E GARAGENS EM SHOPPINGS E SUPERMERCADOS):

As vias públicas também precisam ter características para o transitar suave e seguro dos veículos e o Ministério dos Transportes autorize a confecção de obstáculos como as lombadas com as seguintes medidas:

Na lombada Tipo I, a altura da lombada é de 8 cm e, portanto, mesmo os veículos de chassi rebaixado (H = 10cm) conseguem passar sem arrastar a barriga.

Já na lombada Tipo II, a altura da lombada é de 10 cm. Isso significa que os veículos normais passam sem problema pois sua altura é de 20 cm mas os rebaixados terão problemas. Veja mais sobre lombadas em .

Além dessas dimensões seguras, as lombadas devem ser devidamente sinalizadas e tal sinalização deve ser visível, de dia ou de noite, em dias de sol ou de chuva, para que os motoristas não sejam pegos de surpresa podendo, não só causar danos ao próprio veículo, causar derrapagens ou capotagens e causar danos a terceiros, pedestres, outros veículos ou imóveis. A sabedoria popular chama de "quebra-mola". Veja mais sobre a construção de lombadas em .

Voltando à garagem de condomínio, a inclinação em que a parte de baixo do veículo começa a arrastar nos cantos das rampas é de 12%. Então:

Caso o arquiteto esteja na fase de projeto da garagem, deve evitar rampas tão íngremes e limitar a inclinação da rampa para um valor em torno de 10%.

Caso a garagem já exista, então a solução para evitar o choque com o chão é a construção de uma Rampa de Transição com metade da inclinação e com comprimento de no mínimo 3,00 metros

Veja desenho ilustrativo onde a Rampa de Transição está representada na cor vermelha mais clara:

PROCURANDO UM NOVO APARTAMENTO:

Aos que estão procurando um novo apartamento (para comprar ou mesmo para alugar), recomendo, além de olhar o apartamento em si, olhar também a Garagem. Muitas pessoas têm verdadeiro estresse toda vez que entra ou saí da garagem. É o corredor estreito, é o portão que demora para abrir é a rampa muito inclinada onde o carro "canta o pneu". E, olha que tem gente que entra e sai da garagem umas 10 vezes por dia. Só de pensar que para sair do prédio precisa pegar o carro, andar por um verdadeiro labirinto de corredores e rampas e ainda esperar uma "eternidade" o abrir/fechar dos portões de segurança é um verdadeiro tormento, capaz de fazer desistir da saída à padaria ou ao mercadinho para buscar um pão fresquinho para complementar o almoço - pequena mas significativa perda de qualidade de vida!

A fim de evitar todo esse estresse, verifique a inclinação das rampas antes de fechar o negócio. Você mesmo pode fazer isso sem precisar de um "engenheiro especializado".

Na INTERNET encontramos dezenas de aplicativos para smartphones que medem a inclinção de um piso. Eu costumo usar um APP chamado CLINOMETER:

 

Para medir a inclinação da rampa, basta colocar o smartfone sobre o piso inclinado e

fazer a leitura, diretamente:

Veja, no caso, o aplicativo está indicando uma inclinação longitudinal de 9,5 graus que nas outras formas de indicar a inclinação temos:

GRAUS   PORCENTO   UM PARA
9,50 16,74% 1:6,0

que é uma inclinação forte, quase no limite da inclinação da Rampa Reta em Garagens que é:

GRAUS   PORCENTO   UM PARA
10,20 18% 1:5,6

É claro que para se obter uma medida mais exata eu, como Engenheiro Perito, uso um aparelho próprio para isso e ainda tomo o cuidado de colocar uma guia para que o aparelho meça um trecho do piso e não apenas a inclinação de uma única placa cerâmica:

 

Neste caso, o aparelho profissional, mais preciso, está indicando uma inclinaçãode 9,3 graus.

Mas você não precisa ter toda essa preocupação. Meça a inclinação em diversos pontos da rampa e depois tire uma média.

Mais detalhes sobre questões da garagem você encontra em www.ebanataw.com.br/garagem/   

Caso você esteja adquirindo um novo apartamento NA PLANTA, peça para o vendedor uma cópia do desenho da rampa. Ele vai te dar um desenho parecido com o seguinte:

 

com um pouco de sorte o desenho estará apresentando a inclinação da rampa (no caso acima há indicação de i = 23%) mas, se a inclinação da rampa não estiver indicada no desenho você poderá descobrir, dividindo a altura H = 300cm de um piso para o outro pela comprimento da rampa L = 13,00m (que obtive medindo no local). Daí, i = 3,00/13,00X100 = 23,08%

Uma rampa com 23% de inclinação é uma rampa bastante íngreme e significa que será um rampa que força o veículo na subida e alguns veículos com motor um pouco gasto não conseguirão subir "numa boa" principalmente se tiver carga ou pessoas e você vai precisar pedir para as pessoas descerem para o carro ficar mais leve.

A inclinação máxima de rampas retas em garagens para veículos de passeio deve ser de 18% (veja a tabela acima). Mesmo que os veículos não venham a ter dificuldade para subir, ainda restará a questão do início e do final da rampa onde partes do veículo como a barriga e os para-choques irão raspar no chão.

O que se segue é um roteiro comparativo que mostra o quanto de espaço longitudinal é necessário para tentar "salvar" a rampa, substituindo trechos por transições com inclinação de 10%.

Eis algumas alternativas para facilitar a subida:

a importância da rampa de transição, mais suave, está relacionada, também, à segurança da manobra pois numa rampa íngreme o motorista não consegue ter a visão do que acontece no chão logo à frente, podendo atropelar objetos pequenos como pets e até crianças. Veja um caso de rampa íngreme que termina justamente na calçada do passeio público assustando as pessoas.

Não basta o veículo ter potência suficiente para subir uma rampa íngreme, é imprescindível dotar a rampa de condições de visibilidade de pedestres e animais de pequeno para que o motorista tenha boa visibilidade à frente. Veja dois desenhos que ilustram bem essa situação:

SITUAÇÃO 1: A rampa terminando bem junto
à calçada obriga o veículo,

que sobe acelerado, a invadir a calçada
assustando as pessoas.
SITUAÇÃO 2: Um trecho horizontal,
Patamar de Visibilidade, permite uma

aproximação lenta sem riscos.
   

 Veja mais sobre visibilidade à frente em .

Veja mais detalhes sobre os componentes que fazem parte da entrada da garagem junto à via pública em www.ebanataw.com.br/trafegando/entradagaragem.htm

Procure se assegurar de que a planta faz parte do Projeto Executivo e que seja fornecida uma cópia da ART - Anotação de Responsabilidade Técnica do engenheiro ou da RRT - Registro de Responsabilidade Técnica do arquiteto. Veja mais sobre ART e RRT clicando aqui.


5 - A CONTRIBUIÇÃO DO VEÍCULO:

Para que o tráfego de veículos ocorra de modo seguro, não basta analisar e estudar as condições da via como inclinação e material do revestimento. É necessário analisar as condições de rodagem dos veículos.

Existe uma relação de compromisso entre os responsáveis pela construção de vias e os responsáveis pela fabricação de veículos mediada pelo Governo Federal através do Ministério dos Transportes, do Ministério da Indústria e outros ministérios.

O construtor de vias gostaria que o governo autorizasse a construção de vias com curvas fechadas e inclinações altas pois isso barateia a construção da via. Mas vias com curvas fechadas e subidas íngremes obriga os fabricantes de veículos a fabricarem veículos mais pontentes e com grande manobrabilidade o que os torna mais caros.

Por outro lado, os fabricantes de veículos gostariam que o governo autorizasse a fabricação de veículos menos pontentes e mais duros para dirigir mas isso obriga os construtores de vias a construir vias bem planas quase sem subidas ou descidas íngremes e com curvas bem abertas o que aumenta muito o custo da construção da via.

Além disso, o governo de um país não tem a liberdade de estabelecer os limites, tanto dos veículos como das vias, a seu bel prazer pois deve permitir que trafegue em segurança pelo país veículos fabricados e licenciados em outros países. Imagine o caos que poderia existir se cada país, na Europa, tivesse seu próprio padrão de veículos e rodovias.

Por causa dessas questões, existe um acordo mundial entre governos para que os limites para a construção de vias sejam os mesmos em todos os países, assim como os limites para a fabricação de veículos sejam os mesmos em todos os países. Não custa lembrar que as placas de sinalização viária também seguem um padrão mundial único para todos os países signatários. Veja mais sobre padrão de sinalização viária em .

No mundo, quem estudou a fundo estas questões de compatibilidade entre Construtores de Vias e Fabricantes de Veículos foi a AASHTO - American Association of State Highway and Transportation Officials e também a FHA Federal Highway Administration dos EUA.

A tabela a seguir apresenta os valores de potência (CV) que os veículos precisam ter para conseguir manter a velocidade de viagem em diversos tipos de inclinações da rodovia pois não é admissível um caminhão carregado andar a 40 km/h numa Via Expressa onde a velocidade diretriz seja 120 km/h. A menor velocidade admissível é sempre a metade da velocidade máxima:

ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE NO LOCAL = 9,81 m/seg2
VEÍCULO CARREGAMENTO PESO VAZIO: SÓ DO VEÍCULO
 (kg)
PESO TOTAL: VEÍCULO COM A CARGA
 (kg)
POTÊNCIA NOMINAL: É A POTÊNCIA QUE O VEÍCULO TEM
 (CV)
VELOCIDADE DE VIAGEM (km/h) POTÊNCIA QUE O VEÍCULO PRECISA TER PARA CONSEGUIR MANTER A VELOCIDADE DE VIAGEM NO TRECHO EM SUBIDA:
2% 4% 6%
PASSEIO LEVE VAZIO           900         900           70 120           14         28           42
CARREGADO           900      1.100           70 120           17         34           51
           -            -              -  
PASSEIO MÉDIO VAZIO       1.250      1.250         100 120           19         39           58
CARREGADO       1.250      1.700         100 120           26         52           79
           -            -              -  
CAMINHÃO LEVE VAZIO       3.000      3.000         160 90           35         69         104
MEIA CARGA       3.000      6.000         160 90           69       139         208
CARREGADO       3.000      9.000         160 90        104       208         312
CARREGADO       3.000      9.000         160 70           81       162         242
           -            -              -  
CAMINHÃO MÉDIO VAZIO       7.000      7.000         310 80           72       144         216
CARREGADO       7.000    20.000         310 80        206       411         616
CARREGADO       7.000    20.000         310 60        154       308         462
           -            -              -  
CAMINHÃO PESADO VAZIO       9.000      9.000         560 80           93       185         277
CARREGADO       9.000    30.000         560 80        308       616         924
CARREGADO       9.000    30.000         560 70        270       539         808

A tabela acima leva em consideração a aceleração da gravidade no local. O Peso do veículo é a sua massa multiplicada pela aceleração da gravidade.

Observe que o Caminhão Leve consegue trafegar na velocidade da viagem com a sua potência de 160 CV se estiver sem carga. Mas se ele receber 6.000 kgf de carga (CARREGADO) ele vai bem no trecho plano e no trecho de até 2% de inclinação mas não vai conseguir manter a velocidade de 90 km/h quando a inclinação da estrada for de 4% onde precisaria ter um motor com 208 CV mas a sua potência de 160 CV mal consegue desenvolver a velocidade de 70km/h pois precisaria ter 162 CV.

A concessionária da rodovia pode limitar a Carga Máxima em 5.000 kgf para que naquele trecho onde a estrada tem uma subida maior que 4% o Caminhão Leve consiga manter a velocidade de 90 km/h.

O projetista tem várias opções para contornar o problema. A alternativa pode ser a criação de uma faixa adicional para velocidade de 75km/h e talvez uma outra faixa para velocidades de 60km/h. Desse modo, esses veículos lentos não irão atrapalhar o fluxo dos demais veículos. Outra alternativa é eliminar a subida seguida da descida furando um túnel através do morro, o que, evidentemente, encarece o custo de construção da rodovia, mas dependendo do VDM pode valer a pena pois a construção de terceira ou quarta via também custam, além de introduzirem riscos ao tráfego, diminuindo a segurança.


6 - EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA RAMPAS:

As rampas em geral, além da finalidade de tráfego de veículos e de pessoas, servem também como Rota de Fuga em situações de emergência e também como Rota Acessível para pessoas com deficiência. Vejamos o que dizem as normas da ABNT a esse respeito.

ROTA DE FUGA:

As rampas localizadas em Rotas de Fuga devem atender às exigências estabelecidas na norma brasileria NBR-9077 Saídas de Emergência em Edifícios.

NÚMERO MÍNIMO DE SAÍDAS (em rampa ou não):

Depende do Grupo de Ocupação. Veja alguns casos:

GRUPO SUB-GRUPO OCUPAÇÃO DENSIDADE CAPACIDADE
DE RAMPAS
A   Residencial 2 pessoas por dormitório 45
C   Comércio Varejista 1 pessoa por 3 m2 de área 60
E E-1 a E-4 Escolas 1 pessoa por 1,50m2 de área 60
  E-5 e E-6 Escolas Pré e PCD 1 pessoa por 1,50m2 de área 22
F F-2 Templos 1 pessoa por m2 de área 75
  F-8 Restaurantes
  F-6 Clubes Sociais 2 pessoas por m2 de área 75

A tabela completa pode ser vista na Tabela 5 da NBR-9077.

O número mínimo de saídas é dado pela fórmula:

 N = P/C

onde:

N = número mínimo de saúidas (arredondar para cima);

P = População, calculada em função da Densiade conforme tabela;

C = Capacidade máxima da saída definida na tabela.

EXEMPLO: Em estabelecimento comercial de varejo que tem 650m2 de área, a tabela determina 1 pessoa para cada 3m2 de área, oque determina a quantidade de 217 pessoas. A tabela fornece também a Capacidade máxima das saídas, que no caso é de 60 pessoas. Aplicado à fórmula teremos N = 217/60 = 3,61 que arredondado para cima estabelece o mínimo de 4 saídas para Rota de Fuga (se forem em rampas).

LARGURA MÍNIMA:

A largura mínima das saídas, seja em rampa ou não, deve ser de:

a) 1,10 metros que corresponde a 2 unidades de passagem de 55cm cada;

b) 2,20 metros para permitir a passagem de macas. Em ocupação do grupo H (serviços de saúde) o tráfego de macas é obrigatório e nas demais, embora não seja obrigatório é recomendável que pelo menos uma das saídas de emergência permita o tráfego de macas. Imagine uma situação de emergência em um shopping center onde uma pessoa passando mal deve ser transportada, de maca, até a viatura de resgate estacionada na garagem do edifício.

Embora a norma determine a largura mínima de 2,20m, dependedno das circunstâncias (passagem só da maca, maca + assistente, etc.) a largura de 2,20m pode não ser suficientemente segura). Veja mais detalhes sobre "condução de macas" em .

SALIÊNCIA MÁXIMA:

Em todo o trajeto da Rota de Fuga não pode ter saliência (pilares, colunas, portas, etc.) que avancem sobre a rota. Veja no desenho abaixo o avanço máximo permitido:

A largura mínima de 1,10m, no desenho acima, deve ser medida no ponto mais estreito do corredor ou rampa. Caso haja alguma saliência como pilares e paredes, a medida deve ser feita em função da lagura e comprimento da saliência. Pequenas saliências são permitidas:

Caso A - Pequenas Saliências:

Pilares, paredes, saliências que avançam
menos de 10 centímetros e com
comprimento menor que 25 centímetros
Outras saliências como portas que
avançam menos de 10 centímetros

Caso B - Saliência Significativa:

Pilares, paredes, saliências que avançam
mais de 10 centímetros ou com
comprimento maior que 25 centímetros
Outras saliências como portas
que avançam mais de 10 centímetros

 

NOTA TÉCNICA: Em alguns locais como corredor de hospitais não tem sentido a existência de certas saliências como pilares e colunas. Do ponto de vista da engenharia, os pilares da estrutura do prédio são perfeitamente evitáveis. No caso de hospitais, a saliência dificulta a limpeza e os cantos propiciam o acúmulo e o desenvolvimento de bactérias.

DISTÂNCIA MÁXIMA:

Não basta olhar apenas os aspectos que envolvem a rampa. É imprescindível que a Rota de Fuga consiga conduzir, levar, as pessoas até um Local Seguro e a distância máxima de qualquer ponto do edifício até um Local Seguro é estabelecido na Tabela 6 da norma NBR-9077.

TIPO DE EDIFÍCIO GRUPO DE OCUPAÇÃO SEM chuveiros automáticos COM chuveiros automáticos
Saída Única Mais de
uma saída
Saída Única Mais de
uma saída
TIPO X
(fácil propagação do fogo,
isto é, estrutura não-resistente)
Qualquer 10m 20m 25m 35m
TIPO Y
(mediana propagação do fogo,
isto é, escada, duto e vãos entre pavimentos,
além de pele-de-vidro, peitoris baixos)
Qualquer 20m 30m 35m 45m
TIPO Z (difícil propagação) C, D, E, F, G-3, G-4, G-5, H, I 30m 40m 45m 55m
A, B, G-1, G-2, J 40m 50m 55m 65m

Entende-se como Local Seguro o espaço livre exterior como a via pública ou uma praça próxima, uma área de refúgio ou escada protegida dentro do próprio edifício mas que garanta a segurança das pessoas em relação ao fogo e à fumaça.

Veja mais detalhes sobre Rota de Fuga clicando em www.ebanataw.com.br/rotadefuga/

DECLIVIDADE:

Rampa Externa - declividade máxima de 10%

Rampa Interna - declividade máxima 10% nas ocupações A, B, E, F e H;
                                                        12,5% no sentido descendente nas ocupações D e G;
                                                        12,5% nas ocupações C, I e J.

Em rota de fuga em rampa ascendente com mais de 10% de declividade a largura da rampa deve ser aumentada em 25%.

OUTRAS EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS A RAMPAS (que fazem parte da Rota de Fuga) PELA NBR-9077:

1- O piso das rampas deve ser antiderrapante;

2- As rampas não podem terminar em degraus ou soleiras, devendo ser precedidas e sucedidas sempre por patamares planos;

Veja a placa que fica acesa o tempo todo, mesmo na situação de emergência (clique na placa).

3- Os patamares das rampas devem ser sempre em nível, tndo comprimento mínimo de 1,10 metros, medidos na direção do trânsito, sendo obrigatório sempre que houver mudança de direção ou quando a altura a ser vencida ultrapassar 3,70 metros;

4- Não é permitida a colocação de portas em rampas. As portas devem estar sempre em patamares da rampa, patamares planos e com largura não-inferior à da folha da porta.

CORRIMÕES E GUARDA-CORPO EM ESCADAS E RAMPAS:

5- As rampas devem ser dotadas de guarda-corpo e corrimões de acordo com o item 4.8, isto é:

A- Todos locais em que houver um desnível maior que 19 centímetros deve ser protegido, de ambos os lados, por paredes ou guarda-corpos;

B- Os corrimões e os guarda-corpos devem apresentar as dimensões seguintes:

   

NOTA IMPORTANTE:

Há divergências com relação ao diâmetro do corrimão entre as normas NBR-9050 e NBR-9077:

NBR-9050 a empunhadora deve ser cilíndrica ou ovalada e deve ter um diâmetro entre 30e 45 milímetros (6.9.3.2).

NBR-9077 a empunhadora deve ser cilíndrica e deve ter um diâmetro entre 38 e 65 milímetros (4.8.2.3).

RECOMENDAÇÃO DO AUTOR. Para não ter dificuldades junto às autoridades licenciadoras, recomendo adotar um diâmetro entre 38 e 45 milímetros.

O diâmetro é importante para que as pessoas consigam "segurar com firmeza" ao subir ou descer, fato crítico para pessoas que têm alguma dificuldade de locomoção.

Veja mais detalhes sobre escadas em https://www.ebanataw.com.br/escada/corrimao.htm

Veja mais sobre Rota de Fuga em

 

ROTA ACESSÍVEL:

As rampas localizadas em Rotas Acessíveis devem atender às prescrições da norma brasileira NBR-9050 Acessibilidade a Edifícios e Espaços Urbanos e também da NBR-16537 Sinalização Tátil no Piso.

INCLINAÇÃO E ALTURA:

A inclinação máxima de uma Rampa Acessível depende da altura a ser vencida.

RAMPA ACESSÍVEL
Inclinação máxima permitida
INCLINAÇÃO DESNÍVEL MÁXIMO
% 1:n ângulo (graus)
<5% não é rampa
5% 1:20 2,860 1,50m
6,25% 1:16 3,580 1,00m
8,33% 1:12 4,760 0,80m
>8,33% não é rampa acessível

Cópia da tabela 6 da NBR-9050.

Como podemos ver na tabela acima, o desnível máximo de uma Rampa Acessível é 1,50 metros. Isto quer dizer que se você pretende dar o acesso ao pavimento superior (cota +2,70m) por meio de uma rampa acessível, obrigatoriamente, deverá realizar por meio de DUAS rampas com um patamar intermediário para descanso.

Então, vamos tentar entender cada uma dessas limitações:

 

 

Para desníveis acima de 1,50 metros, a rampa deverá ser dividida em várias outras rampas separadas por um patamar de ao menos 1,20 metros. Você pode optar por vencer um desnível de, por exemplo 2,00 metros, com 3 rampas e 2 patamares em linha, isto é, uma seguida da outra, conforme o esquema seguinte:

Pode, também, optar por vencer o desnível de 2,00 metros com 3 rampas e 2 patamares, porém em zigue-zague ou hélice dando voltas. É uma alternativa que ocupa menos espaço que a anterior:

A NBR-9077 4.6.2.2 determina que a rampa não pode terminar em degrau e isso vale:

tanto para rampa que sobe:

como também para rampa que desce:

COMPONENTES OBRIGATÓRIOS DE UMA RAMPA ACESSÍVEL:

Corte nas situações de rampa externa, corrimões intermediários e rampa junto a uma parede:

Na situação de rampa junto a uma parede:

Na situação de rampa com borda:

SEGURANÇA NOS GUARDA-CORPOS E CORRIMÕES:

Cada uma das partes dos corrimões e guarda-corpos devem ser cuidadosamente pensados para que estes componentes que a gente projeta para melhorar a segurança das pessoas, não venham a ser, eles próprios, um novo foco de acidentes. Veja um caso muito comum em que alça da bolsa enrosca na borda do corrimão e o usuário não consegue prosseguir na fuga e nem consegue dar uma afastadinha para desenganchar a alça da bolsa.

ALTURA DO GUARDA-CORPO SEGUNDO A NBR-9050:

 A NBR-9050 é humilde e, com relação do Guarda Corpo, diz que deve atender a MBR-9077 e NBR-14.718.

ALTURA DO GUARDA-CORPO SEGUNDO A NBR-14718:

Embora a NBR-9077 tenha estabelecido [4.8.1.2] a altura de 1,05 metros, a NBR-14718 estabelece alturas de 1,10 metros dependendo da situação de apoio do gurda-corpo, se diretamente no piso ou se sobre muretas:

ALTURA DO GUARDA-CORPO SEGUNDO A IT-11:

A instrução técnica IT-11 do Corpo de Bombeiros determina que o Guarda Corpo é necessário em qualquer desnível maior que 29 centímetros.

Determina, no item 5.8.1.2, que a altura do Guarda Corpo deve ser de no mínimo 1,05 metros mas em escadas abertas e balcões a altura mínima deve ser de H >= 1,30 metros (5.8.1.3).

Sendo de grades ou qualquer outro componente vazado, o Guarda Corpo deve ser isento de aberturas, saliências, reentrâncias ou quaisquer elementos que possam enganchar em roupas e que as aberturas não deve permitir a passagem de uma esfera de mais de 15 centímetros de diâmetro.

Veja mais detalhes sobre guarda-corpos em pois não basta pensar apenas no guarda-corpo de forma isolada pois é comum encostar vasos e bancos para sentar junto ao guarda-corpo, situação em que a altura do guarrda-corpo deve ser medida a partir da parte de cima desses objetos e não a partir do piso.

 

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ET-10\RMW\trafegando\SubidaDescida.htm em 06/11/2016, atualizado em 20/03/2024 .


    RMW-210187-28/03/2024