O ANDAR CAMBALEANTE

Andar reto é muito difícil.

Todos os andares se resumem na busca do ponto de equilíbrio.

O andar que ilustra melhor essa tese é o andar cambaleante de um bêbado.

O bêbado parado, se não estiver apoiado, fica tentando imaginar para que lado ele vai tombar. Então, de forma instintiva estica a perna na direção do tombamento.

Então, na verdade, o bêbado toma a iniciativa de uma ação buscando o ponto de equilíbrio que vai evitar a sua queda ao chão.

Ao repetir essas ações corretivas contra o seu tombamento, teremos como resultado o movimento cambaleante do bêbado.

Outro tipo andar cambaleante observamos nos primeiros passos do bebê.

No site http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI1000-15152,00.html encontramos uma detalhada descrição do processo de aprendizagem do andar que é desenvolvido por um bebê.

Em resumo, o andar do bebê se faz pelos mesmos princípios do andar cambaleante de um bêbado, isto é, o bebê, inicialmente em pé e parado, fica imaginando para que lado ele irá tombar. Então desloca o pé naquela direção para evitar a queda.

Quando ele começa a tentar andar, ele copia o movimento do adulto e tenta dando um passo para a frente. Simplesmente tenta dar passos, sem movimentar o corpo junto. Então ele cai sentado pois as pernas foram mas o corpo ficou para trás.

Paulatinamente, o bebê percebe que para não cair para trás, é necessário jogar o corpo para a frente antes de dar o passo.Ao jogar o corpo para a frente, seu corpo, de forma instintiva avança um passo para não cair para a frente. É a busca do ponto de equilíbrio. É uma correção que é feita em sua postura para não cair ao chão.

Ao repetir essas ações corretivas contra o seu tombamento, teremos como resultado o movimento cambaleante do bebê.

 

O ANDAR CAMBALEANTE DO CICLISTA:

Outro exemplo de Andar Cambaleante encontramos no andar do ciclista:

 

A bicicleta é um veículo que não é dotado de um volante direcional como num automóvel. O que temos na bicicleta é um guidão com um garfo inclinado que provoca um desequilíbrio na direção contrária ao tombamento.

Explicando melhor: Num automóvel, desejando-se virar para a direita basta girar o volante nesta direção. De forma obediente e segura, o veículo todo vira na proporção do giro do volante.

Numa bicicleta, o guidão não serve para virar a bicicleta. Entando andando em linha reta, se o ciclista simpesmente girar o gidão, ele irá levar um tombo. Então, desejando virar para a direita, o ciclista precisa provocar um tombamento para a direita, o que ele faz com um rápido movimento de corpo. Ao iniciar o tombamento, para evitar a queda ao chão, o ciclista gira o gidão que tendo o garfo inclinado irá produzir, pela inércia, uma força no sentido contrário ao tombamento, restabelecendo, desta forma o equilíbrio. Durante toda a curva, o ciclista fica fazendo pequenos giros, ora para a direta e ora para a esqueda, para manter o equilíbrio. 

Esse gira-gira, prá lá e prá cá, do gidão é feito também na reta com a finalidade de manter o equilíbrio.

Como resultado dessa constante busca do equilíbrio, observamos que o ciclista deixa uma trajetória, ou rastro, de um andar cambaleante.

 

Veja mais detalhes sobre Bicicleta, Ciclista, Ciclovia, Leis e Normas (clique na figura):

1- Que usos que as pessoas fazem da Bicicleta. Trabalho, lazer, esporte ...
2- Detalhes Técnicos de uma Bicicleta. Garfo, Caster, Quadro, Bikefit, Antropometria ...
3- Característica de um Via Própria para andar de  Bicicleta. Largura, segurança, proteção, sinalização, necessidades fisiológicas ...
4- O que um Ciclista precia para andar com segurança, saúde e conforto. Água, xixi, cocô, reposição ...
5- Normas e Leis que tratam do andar de bicicleta na via pública
6- Uma Lei Municipal que cria a Ciclovia do Tatuapé.
7- Uma Receita para implantar uma Ciclovia Segura, Saudável e Confortável
8- Fotos da Ciclovia do Tatuaé, uma via totalmente segregada e que não tem nenhum cruzamento com carros

 

QUEM CONTROLA O NOSSO EQUILÍBRIO: 

Todas essas ações de retomada do ponto de quilíbrio só é possível se a pessoa estiver com a sáude em dia pois o ouvido desenvolve um complexo processo que envia ao cérebro, informações do tipo “um pouquinho prá lá” para que atuando sobre os músculos a pessoa encontre a posição de equilíbrio.

 

Este mecanismo de detecção do desequilíbrio é muito sensível e acurado. Um equilibrista consegue sentir tombamentos milimétricos e com simples movimentos do braço consegue encontrar o ponto de equilíbrio.

 

Os veículos desenvolvem, também uma espécie de Andar Cambaleante.

Um veículo em velocidade possui energia cinética inercial que faz com que o veículo permaneça na trajetória que vinha andando.

Encontrando uma curva na estrada, o motorista precisa perceber a curva e concluir pela necessidade de desviar. Isso leva tempo, chama-se tempo de reação. Enquanto isso o veículo avança reto pela curva:

Depois que o motorista concluir pela necessidade de desviar, ele atua sobre o volante quando, só então, o veículo faz entra na curva.

Depois da primeira curva existe uma outro, porém em sentido oposto. Pela tendência do movimento inercial, o veículo tende a sair da curva, indo reto.

Mais uma vez, o motorista atento percebe a necessidade de intervir e gira o volante iniciando um movimento de giro.

CONCLUSÃO: Ao examinar a trajetória do veículo, vêmos que o rastro deixado é um zigue-zague parecido com o andar cambaleante.

O único veículo que não apresenta um andar cambaleante é o trem.

O trem tem um andar “reto” pois ele está assentado sobre trilhos e ele segue o trilho em todos os trechos, seja ele reto ou em curva, não havendo desvios em relação aos trilhos. A folga admissível entre a rota e o trilho é de apenas 3 milímetros para não ocorrerem balanços laterais.

Os trilhos modernos não são apoiados sobre dormentes mas sim sobre concreto armado e rígido que não permite que os trilhos saiam do lugar.

Daí podermos usufruir de um ajuste milimétrico tanto na altura como no afastamento do trem da plataforma permitindo um embarcar e um desembarcar tranquilo e seguro. Normas internacionais garantem o mínimo de desnível ou distantciamento entre a soleira do trem e a beira da plataforma de embarque.

Então, no embarque e desembarque de passageiros de um trem ou de um metrô não pode existir degraus nem vãos, pessoas a pé, com bicicleta, com carrinho de bebê e cadeirantes não podem enfrentar dificuldades e nem precisar de auxílio para embarcar ou desembarcar de um trem.

No trem ou no metrô não deve haver espaços perigosos nem frestas onde uma pessoa desatenta ou distraída possa enfiar o pé ou um degrau que ofereça dificuldades para um cadeirante.

Por definição, a plataforma é o espaço que provê o acesso de pessoas ao trem de modo que não pode estar distante mais que 7,6 centímetros, medida na horizontal, e nem 1,6 centímetros, medida na vertical da soleira da porta do trem.

Algumas situações, como as apresentadas nas fotos seguintes, são totalmente inaceitáveis nos dias de hoje:

ET-16\RMW\trafegando\cambaleante.htm em 19/08/2014, atualizado em 10/12/2014 .