CHANCELA 

A chancela é um selo de autenticidade que se apõe em um documento. No caso de um Laudo Fotográfico, empregamos a chancela, não por questões de autenticidade mas, para assegurar a união da fotografia com a folha do laudo.

Mas, por que a fotografia é feita em papel separado da folha do laudo? Não é mais prático imprimir a foto diretamente na folha do laudo?

A FOLHA DO LAUDO:

A folha que utilizamos para a confecção do laudo é um papel do tipo "sulfite" que é um papel que tem o compromisso de registrar o risco feito por um lápis através da ponta de grafite (material duro) que sofre uma abrasão ao deslizar sobre a superfície da folha.

Tente escrever com lápis sobre uma folha de papel celofane. Ele é tão liso que não consegue registrar o traço feito com lápis, em outras palavras, a superfície muito lisa não tem a abrasividade necessária.

Uma marca feita nesse papel sulfite por uma impressora do tipo jato de tinta produzirá um desenho resoavelmente "parecido" com aquele que visualizamos na tela do computador, entretanto não há qualquer garantia de fidelidade das cores. As pesquisas, o aperfeiçoamento da fabricação do papel não passa pela Fidelidade das Cores.

Então, podemos encontrar fotos com ligeiras diferenças de cor como nas seguintes:

Foto n0 1: Telhas de boa qualidade feita com argila vermelha de alto índice plasticidade que resultaram, depois da queima, em telha forte e resistente. Foto n0 2: Telhas de qualidade inferior pois foi feita com argila siltosa que resultaram, depois da queima, em telha frágil e quebradiça.

Na primeira, afirma-se que a telha é "de boa qualidade" mas na segunda a afirmação "qualidade inferior" deprecia a telha. Olhando somente a foto individualmente, então qualquer uma das duas afirmações poderia ser aceita como correta.

Se você, como Perito sério, retirou uma amostra da telha e levou ao laboratório que analisou a composição e a resistência, então sim, poderá afirmar uma ou outra verdade e até terá um "certificado" de um laboratório comprovando a veracidade da sua afirmação.

Cuidado com a tentação de "tirar conclusões" somente com o exame visual de uma fotografia impressa num papel qualquer.

O PAPEL FOTOGRÁFICO:

A fabricação do papel fotográfico é precedida por cuidadosa pesquisa química onde se combina diversos produtos sensíveis à luz que convenientemente combinados propiciam cores "fiéis" e muito próximas da realidade.

Muitas dessas fórmulas são patenteadas e encontramos verdadeira "guerra" de qualidade com a firma Kodak afirmando que seu processo denominado KODACOLOR é que produz fotos com as cores mais naturais e do outro lado a firma FUJI afirmando o mesmo do seu processo FUJICOLOR.

O Laudo Fotográfico retrata a Visão do Perito. O Laudo Fotográfico deve retratar a Visão do Perito.

Então é importante que a foto seja a mais natural possível sem rasuras, sem anotações, sem adulterações e sem manchas.

A foto, quando revelada em Laboratório Fotográfico, é produzida em papel fotográfico que traz, no seu verso, a marca do fabricante. Veja um exemplo:

Foto n0 3: Verso da foto onde se vê, como se fosse uma marca d'água, a marca do fabricante e a marca do tipo de papel.

Sendo a foto revelada em laboratório fotográfico sobre papel fotográfico, constitui, pois, peça à parte que não faz parte do laudo fotográfico.

COMO "PRENDER" A FOTO AO LAUDO:

Algumas pessoas costumam fazer essa amarração aplicando uma rubrica num dos cantos da foto:

Foto n0 4: Rubrica aplicada num dos cantos da foto para amarrar a foto ao laudo:

 

Este tipo de ação apresenta diversos inconvenientes.

Um dos inconvenientes é que não se se sabe "quem" aplicou esta rubrica. Posso tentar justificar dizendo que a rubrica são as letras R e W que vem das iniciais de Roberto Watanabe.

Mas alguém poderia aplicar um outro tipo de "rubrica" como a abaixo, que não passaria de um rabisco qualquer.

Foto n0 5: Rubrica aplicada num dos cantos da foto para amarrar a foto ao laudo:
 

NÃO RASURAR A FOTO:

Outro problema, este muito grave, de se aplicar uma rubrica à mão livre sobre uma foto é que os traços "escondem" partes da foto ou do texto, vindo a constituir rasura grosseira. Na foto acima, qual o número da foto? O que diz o texto? Como saber se houve intenção do "rubricador" de esconder alguma informação como o número da foto ou parte do texto?

É mais ou menos o mesmo truque que alguns espertinhos aplicam tentando esconder algum detalhe comprometedor existente na foto.

Foto n0 6: Aplicação de uma seta, em papel autocolante, sobre uma foto para chamar a atenção para um detalhe da foto
 
 

Com a desculpa de chamar a atenção para determinado detalhe, o "espertinho" aplica um adesivo com o desenho de uma seta mas a intenção verdadeira é "esconder" um outro detalhe que aparece na foto. Então ele aplica o adesivo exatamente em cima deste detalhe que ele quer esconder.

Então não aceite rasuras feitas em cima da foto. Caso você queira chamar a atenção para um certo detalhe importante da foto o recurso correto é copiar a foto no próprio texto do laudo e nesta cópia, em branco e preto para não confundir com a foto original que está no laudo fotográfico, aplicar os elementos chamativos como seta e círculo:

Foto n0 7: Cópia da foto onde se demarca o detalhe que se deseja realçar e indica com uma seta.
 

Outro detalhe importante que passa desapercebido por alguns peritos é aquilo que não faz parte do Olho do Perito. Veja as seguintes duas fotos. Você vê alguma diferença entre elas?

Foto n0 8: Foto que representa a "Visão do Perito", isto é, é o que ele viu com os próprios olhoes. Foto n0 9: Foto adulterada pela máquina fotográfica que introduziu marcas que não fazem parte da paisagem vista pelo Perito.

Aqueles numerozinhos que aparecem no canto inferior direito da foto de n0 9 são números que estão gravados no vidro da janela? Ou são rasuras grosseiras feita pela própria máquina fotográrica? Então você não pode dizer que a foto representa o "ôlho do perito" pois quando a gente olha para o telhado não vê nenhum numerozinho no canto do olho.

O QUE É CHANCELA:

A chancela é um selo de autenticidade que se apõe em um documento.

Para isso empregamos um aparelho:

que parece um alicate pois "morde" o papel. Seus "dentes" superior e inferior parecem duas dentaduras, sendo a de cima em baixo relevo e a de baixo em alto relevo. Veja, em detalhe, o "dente" de baixo de uma chancela:

Esta peça é encaixada no aparelho:

Quando prendemos uma folha de papel entre os "dentes" da chancela e apertamos, as partes em alto e baixo relevo produzem uma deformação no papel:

que aparece na frente, uma parte sobre a foto e outra parte sobre a folha do papel do laudo:

e também na parte de trás da folha de papel do laudo:

A vantagem da chancela é que ela não introduz alterações significativas na aparência da foto. Você não introduz nenhuma rasura na foto.

OUTRAS APLICAÇÕES:

Outra aplicação "nobre" da chancela é em DIPLOMAS:

Um diploma com a aplicação de um Selo com chancela adquire vida nova:

O selo é um papel autocolante dourado que é aplicado sobre o Diploma e depois aplicada a chancela.

Por falar em Diploma, eis um modelo do Diploma que outorgamos nos Cursos de Manifetações Patológicas em Edificações, Marketing do Engenheiro, Peícias em Caso de Sinistros, Assinatura Digital Certificada em Laudos e Instrumentos e Ferramentas para Perícia de Engenharia. Trata-se um produto confeccionado no Laboratório Fotográfico no tamanho 30 X 40 centímetros, lindo e próprio para emoldurar com um quadro e pendurar na parede.

A vantagem de um diploma no tamanho de 30X40 centímetros é que ele não cabe na estante e nem na gaveta e não tem como guardar (escondido) então o usuário, ou joga fora, ou pendura na parede.

A vantagem de um diploma feito no laboratório fotográfico é que você pode usar e abusar do uso das cores inclusive do uso de "degradée" e não vai aparecer aquelas "riscas" que a impressora jato de tinta deixa na impressão.

 

NOTA: Para a assinatura gráfica das assinaturas utiliza-se a caneta hidrográfica própria para retroprojetor na cor azul e as assinaturas são apostas no solene ato de diplomação.


 

 

NOTA IMPORTANTE: As dicas acima são meramente ilustrativas e só tem valor didático. Pelo aspecto pedagógico envolvido, as matérias e figuras podem ser livremente copiadas, impressas e distribuídas - Só não pode ser pirateada, isto é, copiar e distribuir como se fossem de sua autoria.

RMW\pericias\chancela.htm em 28/03/2012, atualizado em 15/04/2015.