COMO CONSTRUIR UM TELHADO ETAPA POR ETAPA

7.a

CALHAS, RUFOS E CONDUTORES

Os componentes e obras que consideram as chuvas e suas conseqüências precisam fixar "determinada" chuva para poderem ser dimensionadas. Então para o cálculo das dimensões de uma calha de um telhado precisamos fixar "uma certa chuva".

Para a "fixação" da chuva devemos considerar a importância da obra e os danos causados pela inundação. Asism, em algumas obras como estábulos e campos de futebol podemos admitir que os mesmos sejam inundados, de vez em quando. Deste modo, as obras para a captação, condução e destino das águas pluviais serão de menor porte e, portanto, mais baratas.

Mas essa tentativa de economia não se aplica na maioria das obras.

As calhas de um telhado não devem transbordar inundando a casa, a ponte sobre um rio não pode ser arrastada, o bueiro de uma estrada não pode ficar afogado, as águas da represa não pode passar por cima da barragem, um rio não pode transbordar inundando as ruas e casas.

As conseqüências de uma inundação são prejuizos materiais, econômicos e até humanos - Há conflito de interesses.

As entidades reguladoras como o INMETRO, ABNT, DNIT e outras baixam normas que fixam as chuvas em função de determinados parâmetros técnicos. Na sequencia, fabricantes de tubos, conexões, calhas e condutores emitem tabela que correlacionam seus produtos a diversos volumes de chuvas.

A norma brasileira NBR-10844, por exemplo, diz que num período de 25 anos pode chover uma chuva de até 126 milímetros por hora em Aracajú e de até 230 em Belo Horizonte e 152 em Blumenau. Em Jacarepaguá, no Estado do Rio de janeiro, não chove mais do que em Blumenau, isto é, a chuva máxima é de 152 milímetros por hora.

Sabemos que estas tabelas foram elaboradas levando em consideração as condições climáticas existentes na década de 50. Naquela época, São Paulo era conhecida como "São Paulo da Garoa".

De lá para cá muita coisa mudou. Dentro das Mundanças Climáticas, verificamos o Aquecimento Global, a intensificação do Fenômeno El Niño. Tais mudanças estão produzindo chuvas de maior intensidade.

"A minha casa tem 50 anos e nunca vazou água do telhado" não é mais afirmação segura pois as chuvas mudaram e mesmo telhados "bem dimensionados" que nunca vazaram poderá passar a vazar no futuro próximo. Bueiros de estrada que nunca ficaram afogados poderão se afogar e passar por cima da estrada. Pontes que sempre resistiram bem às água de um temporal poderão sucumbir.

Coisas curiosas poderão acontecer. O volume de água que fica temporariamente sobre um telhado não é normalmente considerado como "peso da água" no cálculo de um telhado pois imaginamos que as águas da chuva não ficam "paradas" e fazendo pêso. Mas com o aumento da intensidade das chuvas, camadas significativas de agua sobre o telhado poderão formar pêsos extras com valores que podem comprometer a estabilidade do telhado. Uma camadinha de 1 cm de água corresponde a uma carga de 10 kgf por metro quadrado. Mutos telhados caem por que o calculista do telhado esqueceu de considerar os 9 kgf a mais produzido pela telha molhada.

\RMW\telhado\oesp20100115.htm em 16/01/2010, atualizado em 16/01/2010 .